Shin Jiraiya #4

  

E mais um capítulo de shin Jiraiya chegando.

Nesse capítulo descobrimos quem é o estranho que ajudou Toha, mas como diz o ditado, nada está tão ruim que não possa piorar. 

Portanto, sem mais delongas... Boa leitura.

Anteriormente em Shin Jiraiya...

Toha Yamashi é um jovem em busca de vingança contra aqueles que atacaram e mataram seu pai e irmão, iniciando seu plano com sucesso ao abater alguns membros da Família de Feiticeiros, mas algum tempo depois de seu ataque a retaliação começou, quando ele se viu cercado por misteriosos atacantes, que se mostraram como os ninjas anteriormente vencidos, agora convertidos em mortos vivos.

Um desconhecido acabou salvando o jovem, que perdeu os sentidos em seguida.

Shin Jiraiya.

Episódio #4.

Quando surge um aliado.

— Não se levante rápido… Os antídotos não fizeram efeito ainda…

Então era esse o motivo de estar com a boca tão amarga, foi a constatação de Toha, quando despertou, fingindo ainda estar desacordado até ter uma noção exata do que estava acontecendo.

— Não sou um novato no mundo dos ninjas jovem… Não caio nesse truque… pode se levantar, devagar, e se virar para que possamos conversar…

Sem outra opção melhor no momento, Toha resolveu fazer o que o outro dissera, mal conseguindo disfarçar um gemido baixo de dor, enquanto se ajeitava, sentado em uma cama tão simples quanto o local onde estava e que finalmente podia ver melhor.

Lembrava um calabouço dos típicos filmes com temática medieval onde, além da cama, havia apenas uma estante repleta de livros, uma mesa e uma cadeira, onde estava o homem de armadura que, o jovem ninja não tinha como classificar ainda.

Fosse um inimigo, ele sabia, não estaria mais respirando.

— Permanece em silêncio para me fazer falar e assim reunir informações não é? Seu pai sempre elogiou seu raciocínio rápido… Em tempo, aqui está sua mochila, incrível como seu traje cabe aí dentro.

O homem de armadura jogou a mochila para Toha que, enquanto a abria e conferia se estava tudo como deveria, se dirigiu ao outro sem lhe estender o olhar.

— Conheceu meu pai?

— Tetsuzan foi um honrado ninja que deixou muitos amigos no Império, antes que Dokusai assumisse o comando da organização… — percebendo que o jovem, desconfiado, voltava a ficar em silêncio, o homem de armadura continuou falando. — Sou Jonin Barão Owl, descendente direto dos Templários, da Ordem da Sagrada Família…

O cavaleiro revelou que foi contatado por Tetsuzan Yamashi em uma época onde sua fé na missão, de proteger os inocentes dos males do mundo, estava abalada, pois era claro que o mal estava se tornando o estado normal das pessoas.

“Se ainda quiser fazer uma diferença real no mundo…” foram as palavras do velho ninja que o convenceram “Venha comigo para o Império dos Ninjas e, juntos, poderemos dar, ao menos, os primeiros passos na direção do mundo que você idealiza.”

Eles apertaram as mãos e uma promessa, além de uma amizade férrea, nascia.

Os dois se opuseram às várias tentativas de Dokusai, para tomar o controle da organização, mas terminaram derrotados, com a morte de Tetsuzan e seu filho mais novo, bem como o exílio do Barão, tendo sido expulso do novo Império, se tornando assim um fugitivo.

— Mesmo assim tentei me manter sempre próximo, não pude salvar meu amigo ou seu filho pequeno, uma cicatriz que carregarei para sempre em minha alma… Mas jurei que protegeria você e sua irmã até meu último suspiro… Eu pretendia permanecer nas sombras, mas, ao ver o tipo de monstros que você estava enfrentando… Não pude ignorar e nem tive tempo de pensar em outra forma de te ajudar.

— E o que eram aquelas coisas afinal? — o jovem percebia a sinceridade nas palavras do Barão, mas sentia que precisava de mais informações antes de confiar em um estranho. — Não dá para acreditar que eram zumbis… Esse tipo de coisa não deveria existir.

— E nem ninjas com espadas cujas lâminas podem se transformar em energia.

Toha não tinha contra argumentos, por isso voltou a se calar.

— Tetsuzan, certa vez, me disse que uma das dádivas vindas de Pako poderia ser uma prolongação da vida, talvez até mesmo a extinção de doenças… Mas isso se usado de forma correta e segura. O que Dokusai não está fazendo de maneira alguma, pelo visto.

— E isso por que ele tem apenas metade da relíquia. O velho tava certo mesmo ao se precaver.

— Tetsuzan era sábio. Quando o questionei a respeito dessa decisão, de cortar em duas partes algo tão importante, discutimos por dias, mas ele acabou me convencendo de que tal poder não deveria estar nas mãos de apenas um indivíduo, ou de determinado grupo.

Mais um momento de silêncio e então Toha resolveu finalmente se erguer, apesar das dores que se espalharam de imediato por seu corpo, ele precisava voltar para casa e ter certeza de que Oruha e Kasumi estavam bem, antes de se afastar de vez e, seguindo o exemplo do Barão Owl, conseguir um lugar mais escondido para firmar uma base.

O templário fez menção de ajudar, mas o jovem ergueu uma mão, fazendo-o permanecer sentado, enquanto Toha cambaleava para fora, a cabeça fervilhando com o tamanho do escopo que sua missão de vingança estava adquirindo.

Era mais do que alguém tão jovem deveria ser capaz de suportar.

Sem se dar conta ele acabou se embrenhando em uma área de floresta, com árvores altas o suficiente para esconder a torre que o Barão Owl usava de base, nenhum motorista que passasse pela estrada próxima seria capaz de ver o esconderijo.

Toha chegou a uma clareira e sentou numa pedra, a cabeça ainda fervilhando com tudo que ele sabia estar à sua frente, um inimigo sendo apenas um humano, empunhando uma espada comum, era algo fácil de se lidar, uma vez que as lâminas de Raito e Kurayame possuíam a capacidade se se tornar energia.

O problema começava quando inimigos abatidos podiam voltar como zumbis enlouquecidos e fortalecidos.

Estava tão concentrado em seus pensamentos, que só percebeu a aproximação de alguém quando ergueu o olhar para um amontoado de árvores próximas que iam se retorcendo.

Pareciam morrer lentamente.

— Esse é o problema de ficar animado demais. Parece que, nessas horas, tudo ao meu redor… Morre.

Toha se ergueu num salto, já procurando pela forma mais próxima e rápida de escapar, mas logo outras duas figuras foram entrando na clareira, obstruindo exatamente os melhores pontos de fuga.

Os três usavam trajes que evocavam vestimentas ninjas, mas modernas, com um deles apresentando um dragão estilizado no peito, enquanto outro possuía detalhes na roupa que lembravam fogo.

Já o terceiro, Toha jamais esqueceria daquela roupa e do terror que aquele que a vestia ainda era capaz de evocar em seu coração.

— Dokusai…

つづく