Terra Zenith - Resgate, a série #6

  

Em ação!

Hoje, finalmente, pude mostrar minha principal equipe de heróis em ação!

Espero que os leitores gostem tanto de ler, como eu gostei de escrever.

Portanto, sem mais delongas... Boa leitura!

Anteriormente em Terra Zenith – Resgate…

Graças a um estranho fenômeno, ocorrido na aurora da humanidade, fez surgir indivíduos que apresentaram poderes extraordinários, alguns usando-os para o bem, outros para o mal.

Esses seres ficaram conhecidos como Zeniths e, enquanto alguns agiam como heróis, outros usavam seus poderes para o mal.

Resgate é um herói brasileiro que foca seus esforços para ajudar a salvar inocentes, muitas vezes auxiliando bombeiros, em detrimento de enfrentar vilões, o que muitas vezes o faz ser subestimado por aqueles que entram em seu caminho.

Os Superiores é uma equipe de heróis norte-americana que pretende criar uma legislação que regule as ações dos Zeniths do mundo e, em busca de apoio realizou um coquetel com vários representantes de países da América Latina em São Paulo.

Levianamente eles trouxeram junto a imensa prisão flutuante, criada para conter criminosos Zenith, cujo controle foi tomado pelos vilões, pouco depois de Tenebris, o servo de Expurgo, entrar em contato com Greatmaster.

A prisão está em rota de colisão com São Paulo, o que poderia se tornar uma imensa tragédia e, enquanto os heróis americanos se encontravam paralisados, outro grupo assumiu a situação.

Terra Zenith.

Resgate #6.

Brigada Extrema.

— Brigada Extrema… Entrem em ação!

Resgate surgira nos céus de São Paulo, seguindo rápido na direção da base da super prisão dos Superiores, que vinha descendo com uma velocidade cada vez maior, uma ameaça que resultaria em milhares de mortes de inocentes em segundos.

— Espera aí!

O grito de Savior One foi totalmente ignorado, conforme o herói brasileiro desaparecia, ao atravessar a estrutura, que continuava sua trajetória mortal.

— Atenção a todos os heróis que voam e possuem superforça!

Repentinamente um homem trajando armadura em tons de azul e branco se posicionou perfeitamente abaixo da prisão, colocou as mãos no metal e, após surgir ao seu redor o que parecia uma nuvem de insetos, que emitiam um brilho azulado, um imenso suporte em forma de “X” se espalhou pela base da prisão.

— Preciso que vocês quatro se posicionem em cada uma das pontas e empurrem! Eu até fiz marcações de mão onde vocês precisam ficar! Rápido!

Devido não apenas à urgência da situação, mas também à poderosa voz de comando do recém-chegado, imediatamente Muse, Ankh e Craftsman se lançaram ao ar, ocupando os lugares indicados.

— Preciso de você também grande Salvador!

Aquele considerado como um dos maiores heróis dos EUA piscou rápido algumas vezes, mas acabou por engolir, com muito sacrifício, seu orgulho e logo estava na quarta ponta do suporte.

— Quem diabos é você?

— Só um minuto… — ignorando totalmente a pergunta, o homem de armadura levava o dedo indicador da mão direita ao comunicador auricular de seu capacete. — Brigada. Situação… Certo… Ok… Perfeito… Resgate, ouviu tudo? Perfeito. Acaba com isso o mais rápido possível.

Só então ele se voltou para Savior One, que permanecia calado, indignado ao extremo pelo tratamento ríspido de seu interlocutor.

— Pode me chamar de Expansão. Eu precisava conferir como estava a minha equipe e… Sim Resgate… Já invadi o sistema. Mais uns instantes e controlarei a prisão. Você já chegou ao objetivo? OK. Ah! Divina! Use seus poderes para ajudar na evacuação dos civis!

Alheios ao que acontecia, os jovens heróis, que permaneciam contidos pelos poderes de vários vilões, viam com medo crescente o que era planejado para eles.

— Antes da gente bater no chão eu consigo dar um trato nessas menininhas… E nos menininhos também…

Slither, um vilão abusador de crianças passava a língua bifurcada pelos lábios, conforme andava de um lado para o outro, ansioso, enquanto outros vilões se agitavam, planejando como sobreviver à queda da prisão, mas, principalmente, como se vingar dos heróis que os prenderam, através de seus ajudantes.

Greatmaster permanecia de braços cruzados, quando repentinamente moveu a cabeça para a direita e, depois de alguns instantes, seguiu para outra sala, deixando seus excitados colegas prisioneiros decidindo os próximos passos.

— Eu vou primeiro! — o vilão conhecido como Hammer Fists se adiantou aos demais, sem os efeitos inibidores de sua cela, os antebraços voltaram a se tornar aço puro. — Desde que a Muse anunciou a sua ajudante eu fiquei doido pra me divertir com ela e… Que merda é essa?

Repentinamente um gigante, ainda maior que Greatmaster, se colocou entre o vilão e os jovens heróis.

— Desafasta cara…

— Quem é esse retardado?

— Seu nome é Paredão.

Um franzino senhor foi abrindo caminho pelos demais vilões, ajeitando óculos de lentes redondas, conforme se aproximava dos dois vilões, que continuavam a se encarar.

— Graças à tecnologia de tradutor universal da prisão entendemos os grunhidos dele em nossa língua. Se bem me lembro ele tentou realizar um roubo a banco e, ao ameaçar destruir um carro onde estavam uma mulher e seus dois filhos, foi derrotado pelo tal Resgate e prometeu deixar a vida de crimes para trás.

— Vencido pelo salvador de gato preso em árvore? E tá querendo ficar no nosso caminho?

Os vilões riam alto, deixando claro que não se importavam com o fato de que estavam em uma imensa construção, que cairia no meio de uma cidade, causando uma destruição da qual, provavelmente, não sobreviveriam.

— Quando eu atacar… — o imenso prisioneiro aproveitou, sussurrando para os jovens heróis. — Aproveitem, peguem os guardas e fujam.

— Chega! Tá na hora da diversão!

Hammer Fists deu um passo na direção do Paredão, com seus colegas seguindo-o, mas não conseguiram avançar muito mais que isso.

— Acabou!

Resgate atravessou o chão, espalhando sua névoa ao redor de todos os presentes, mantendo sua concentração ao máximo, para que seus poderes afetassem apenas os vilões.

— Distorção da Alma!

No instante seguinte todos os insurgentes estavam no chão, se retorcendo em agonia, conforme vivenciavam a dor que haviam afligido às suas vítimas.

Os jovens heróis e os carcereiros observavam a tudo sem entender nada, mas inconscientemente, Paredão se encolheu, lembrando quando ele mesmo havia passado pela mesma situação, ao confrontar Resgate, meses atrás.

Em poucos minutos tudo estava acabado.

Resgate agora estava no centro da sala de controle da prisão, aos seus pés jaziam desacordados todos os vilões e, assim que os alarmes pararam de tocar, ele levou a mão direita até o comunicador de seu capacete.

— Expansão? Prisioneiros sob controle… Sim… Claro… Estão todos bem. Sim… Já estou indo. Vou levá-los comigo. Até já. — Só então ele se voltou para os reféns libertos. — Vamos lá então? Senhores carcereiros, tenho um documento para vocês.

— O que acabou de acontecer? — Ankh verbalizava o que se passava pela cabeça e todos seus colegas, agora com a ameaça aparentemente encerrada e de volta ao topo do prédio. — Como…

— Tudo seguiu perfeitamente de acordo com o plano de contingência A7825…

Expansão se mantinha de costas para a equipe norte-americana de heróis, olhando para a prisão flutuante que ia, pouco a pouco, ganhando altitude.

Vários dos chefes de estado, bem como membros da imprensa começavam a chegar ao local.

— Se importa de, ao menos, olhar para nós e nos dar alguma explicação que faça sentido?

— Ele é sempre assim.

Dos céus, mais especificamente, de dentro da prisão, Resgate descia até o onde estava uma pequena multidão, ficando ao lado de seu colega de equipe.

— Se conheço bem o Expansão, sua cabeça deve estar a milhão, pensando das variáveis resultantes de nossas ações dessa noite, mas, esclarecendo sua dúvida, a Brigada Extrema foi formada anos atrás e desde então temos agido discretamente para, quando formos necessários, eliminarmos ameaças a inocentes, sempre com o mínimo de danos colaterais e, claro, mortes.

“Assim que vi que vocês trouxeram aquela monstruosidade para cá, ficamos em alerta” Resgate continuou a explicar “Não era uma questão de Se, mas sim de Quando tudo daria errado. Por isso, assim que vimos as luzes externas dos alarmes piscando, entramos em ação.

Enquanto eu invadia a prisão e, a cada andar pelo qual passava, ia preenchendo tudo com minha névoa, o Expansão tratou de criar aquele suporte e retomar o controle do lugar.

Enquanto eu avançava, outro de nossos colegas, o Micro Sonar, ia identificando onde estavam os poucos funcionários, para facilitar quando eu usasse meus poderes para derrubar os prisioneiros.

Nesse momento, a Voluntária está usando suas cópias para devolver cada um dos insurgentes para suas celas e nossa mais nova integrante, a jovem Névoa, está tomando conta dos focos de incêndio e…”

— Ah! Aí está ela.

Um borrão surgiu de uma das laterais do edifício Starbrand, parando entre os heróis brasileiros e se revelando como uma outra heroína.

— Evacuação e reposição completa.

— Nossa velocista cuida de remover os inocentes da área. — dessa vez os membros dos Superiores não precisaram verbalizar uma dúvida. — E assim que é seguro, ela os traz de volta.

— Com exceção, é claro, dos cinco ataques cardíacos e mais de quinze de pânico que aconteceram, quando algumas pessoas, que estavam aqui perto, viram aquela merda caindo, mas já estão todos nos hospitais mais próximos e… Espera um pouco… — ela sumiu e voltou em segundos. — Confirmado. Ninguém corre risco de morte.

Naquele momento os jovens heróis americanos desciam suavemente dos céus junto com Paredão, ainda algemado, os demais membros da Brigada e, enquanto os adultos ficavam se encarando, uma imensa tensão no ar, Névoa era bombardeada com perguntas admiradas de como ela, sendo da mesma idade deles, havia conseguido ser aceita e atuar lado a lado com a equipe.

Expansão entregou um pendrive para Muse, percebendo com prazer o olhar crispado de ódio vindo de Savior One, que achava um absurdo o herói brasileiro não se dirigir primeiro a ele.

— Aí tem cópias digitais dos documentos que cuidam da transferência do Paredão para uma prisão brasileira, por isso ele já vai ficar conosco, uma vez que sua família está a tempos tentando visitá-lo. Eu aproveitei também para ler o tal Projeto Zenith, corrigi uns erros gritantes de gramática e aproveitei para lhes passar uma contraproposta que pensei enquanto segurava a prisão. Para facilitar a transição de nomes dos projetos, chamei simplesmente de Protocolos Zenith, uma versão menos fascista e com mais potencial de salvar vidas inocentes, onde um membro associado pode agir livremente e, se precisar de ajuda, terá acesso a reforços, informações e toda sorte de suporte que pudermos suprir.

Os repórteres presentes se aglomeraram sobre os heróis, num frenesi de flashs disparando e tentativas de conseguir uma exclusiva com qualquer um dos presentes.

— Salvar uma cidade de uma ameaça dessas… — assim que foi possível, Resgate puxou Savior One para um canto. — Vou te dar o benefício da dúvida, mas se, em algum momento, por menor que seja, eu desconfiar que isso não passou de um plano para angariar aliados para o seu projeto… Teremos uma última e desagradável conversa.

Dito isso o herói brasileiro reuniu seus companheiros e sumiram na noite paulistana.

— Senhor…

Durante a viagem de volta para os EUA, George, um dos carcereiros do plantão daquela noite, se aproximou do ainda extremamente irritado, líder dos Superiores.

— Realizamos uma contagem várias vezes e, bem… Um prisioneiro está faltando…

— E quem seria?

Ao ouvir o nome do fugitivo, Savior One apenas deu as costas para George e, com um sorriso no rosto se afastou.

"Boa sorte Resgate... Você vai precisar."

— Tudo bem com você? Seu corpo todo deu umas tremidas…

— Parece que tem alguém dançando no meu túmulo.

— O que diabos isso quer dizer?

— Não sei também, só vi num filme e achei a frase bacana…

Vanda usou sua velocidade para acertar um travesseiro na cabeça de seu namorado, antes de se encaixar sobre ele para fazerem amor mais uma vez, aproveitando o apartamento que sempre usavam para seus encontros.

Algumas horas depois, enquanto a garota aproveitava para tirar um cochilo antes de cada um seguir para sua casa, Jonas se mantinha diante da janela do quarto, perdido em pensamentos.

Em seu interior, mesmo com um sentimento de vitória, a sensação de que o pior ainda estava por vir não o deixava em paz.

— Espero… — ele sussurrava para si mesmo, não querendo acordar sua companheira. — Que estejamos realmente prontos…

Longe dali, na rua do Tormento, um vilão não conseguia evitar que um largo sorriso se desenhasse em seu rosto.

— Está pronto.

E a risada demoníaca de Expurgo ecoou pelo ar.