Shin Jiraiya #2



E vamos seguir com mais um capítulo dessa minha versão shin do clássico Jiraiya.

Aqui veremos um pouco mais da vida desse Toha  como ela difere da versão original. 

Portanto, sem mais delongas... Boa leitura.




Shin Jiraiya.

Episódio #2.

Quando a adrenalina passa.



Tóquio, num bairro afastado do centro da movimentada cidade, o andar de cima de um sobrado serve de moradia para o casal Oruha e Kasumi, enquanto o de baixo é o modesto restaurante de soba “Tesouras do amor”.


Nos fundos do terreno existe um quarto e banheiro, cujo ocupante entra extremante cansado, querendo apenas cair na cama e desmaiar, ficando assim, se possível, até o dia seguinte.


A noite foi boa Senhor Toha Yamashi?


O recém-chegado conseguiu disfarçar o susto quando, ao acender a luz de sua “casa”, viu diante dele o próprio Oruha, sentado na poltrona favorita do jovem, na verdade um dos poucos móveis que haviam ali.


Tá querendo me matar de susto?


Susto é algo que, com certeza, não vai te matar… Mas, o que quer que você estivesse fazendo até agora…


Eu avisei que esse dia chegaria… Não posso simplesmente desistir da minha vingança, mas… Eu entendo se quiser que eu vá embora e…


Oruha se ergueu e, mais rápido do que o olho humano conseguisse acompanhar, ele já estava ao lado do jovem, dando-lhe um tapão no alto da cabeça.


Nem termina de falar besteira… Nós também éramos muito gratos por tudo que Tetsusan e os Yamashi fizeram por mim e pela Kasumi. Nunca deixaríamos o filho dele sem um teto. Mesmo que ele tenha decidido se matar e…


Por favor… Já conversamos sobre isso. Nada, nem ninguém vai ficar no caminho da minha vingança… Se não fosse pelo desgraçado, meu pai e meu irmão estariam vivos e minha irmã… A Kei…


O homem mais velho colocou brevemente a mão sobre o ombro daquele que estava a anos sob sua guarda, não sendo necessária mais nenhuma palavra, por isso ele se retirou.


Toha ficou a sós com seus pensamentos e, vencendo finalmente a euforia vinda de suas ações daquela noite, ele apenas se jogou de costas sobre sua cama, tudo o que queria era apagar.


Ao contrário do que ele esperava, entretanto, não apenas pela adrenalina do combate recente, mas, principalmente, pela breve conversa com Oruha, fazendo o jovem ninja a se questionar se estava mesmo seguindo pelo caminho certo, acabou ficando acordado por muito tempo.


Só depois de horas o cansaço venceu e ele acabou tendo um sono curto e agitado, antes de acordar para ajudar no restaurante.


Longe dali, numa das áreas mais ricas da cidade um senhor que aparentava ter mais de sessenta anos, apesar do físico bem cuidado, tomava seu café da manhã de forma aparentemente despreocupado.


Oninin Dokusai era um homem que não deixava transparecer suas emoções que, como ele mesmo chamava, não passavam de uma fraqueza, podendo arruinar o império que ele construíra.


E isso era algo que ele jamais permitiria.


Repentinamente a porta de seu escritório se abriu, dando passagem para uma mulher trajando um uniforme de combate, que seguiu até ele e se ajoelhou diante de seu mestre.


Encontramos e recolhemos os corpos. Os três corvos e… Retsuga… — ela engoliu em seco antes de continuar, para que seu interlocutor não percebesse as notas de tristeza e ódio em sua voz. — Todos decapitados e largados do topo do prédio indicado pelo localizador… Eu…


Já foram enviados para o centro de reprocesso?


Os corvos sim, mas Rets…


Quero todos no centro imediatamente. Todos.


Mas… Mestre… Pai…


Benikiba… — ao dizer o nome de sua filha, apenas desprezo podia ser percebido no tom de sua voz. — Você sabe muito bem o que acontece com quem desobedece minhas ordens, não é?


Eu… E-eu… Sim, mestre, eu sei…


Então o que está fazendo aqui ainda? Vá imediatamente.


Sem conseguir forças para responder, mantendo o disfarce de filha servil, a kunoichi se retirou, sabendo que de nada adiantaria retrucar as ordens de seu mestre.


Retsuga então, que havia se tornado mais que apenas um colega na organização, não teria paz nem na morte.


Muito pelo contrário.


Mais de uma semana se passou e Toha estava aproveitando uma tarde de folga para subir uma montanha próxima da cidade, procurando treinar e melhorar suas habilidades com as espadas.


Mesmo mantendo seus olhos vendados, uma alteração no ar às suas costas foi o que bastou para que o ninja se defendesse de um ataque, desviando várias shurikens, que terminaram suas trajetórias em dezenas de árvores ao redor da clareira onde ele decidira treinar.


Quem está aí? Se mostre seu covarde!


De forma vagarosa uma figura foi saindo de uma das árvores, sendo logo seguida por várias outras, para espanto total de Toha, que precisou se esforçar para manter as mãos firmes nos cabos de suas espadas.


Você?!


つづく






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6 Comentários

  1. Muito interessante essa nova versão de Toha, vivendo uma realidade totalmente diferente da série, sendo acolhido pelo casal Oruha e Kasumi, após perder tudo (e seus parentes, como deu para vislumbrar).

    Um Toha amargurado e sedento de vingança.

    Temos aqui uma excelente caracterização de Dokusai e Benikiba, bem carcterística de uma familia de ninjas mafiosos.

    Mas, o gancho final foi o que me deixou intrigado.

    Quem será que atacou Toha quando ele treinava?

    Vem surpresa por ai...

    Vamos que vamos!

    Parabéns!!

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    1. Muito obrigado pela leitura e comentário.
      Uma das coisas que mais me agradavam no Jiraiya original era o clima de família feliz que os Togakuri passavam, por isso quis invertar esse detalh deixar a vida desse meu Toha um pouco mais complicada e sombria.
      Quanto ao atacante, espero que eu consiga te surpreender...
      muito obrigado mesmo

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  2. Muito bom como sempre, a maneira como tu consegue, usando o bom português, pegar tudo que já existe, espremer até não dar mais e do suco que é a melhor parte, tu refaz tudo do zero, com novos rumos, novos pensamentos, novas visões, é simplesmente formidável! Encontrar Oruha como um grande ninja agora (aparentemente o é) a cuidar, por anos, de Toha que não vive mais com sua família nem tem os ensinamentos do velho para o guiar, dá pra se apostar inclusive, que talvez a falta desses conselhos, desses ensinamentos e daquele pulso firme, é que podem ter permitir esse Toha amargurado a existir... Mas acompanho o Jiraiyrider na palavra, quem será que surgiu? Retsuga e os corvos eu creio que não, uma vez que eles ainda não sabem, eu creio, que Toha Yamashi é o seu inimigo, então não considero que possa ser, mas com certeza é alguém que desestabilizou o jovem ninja! Ansioso para ver como tudo continua, mas até aqui, está sendo muito bom de acompanhar e de vivenciar esta aventura junto com Toha, destaque muito bom para as novas "visões" de Dokusai e Benikiba, realmente eu tô curtindo, parabéns!! \0/

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    1. Valeu mesmo pela leitura e comentário amigão!
      Eu puxei pela memória os casais que apareceram na série original e imaginei que seria interessante colocar o Toha morando de favor com o Oruha e a Kazumi, deixando clara as perdas pelas quais ele passou e que marcou essa nova versão.
      E fico feliz por ter curtido as novas versões da Família de Feiticeiros
      Quanto a quem surgiu... Aguarde e confie.
      Valeu mesmo!

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  3. Capítulo #2...
    Parece ainda mais sombrio do que eu consigo me lembrar do original. Um quê de angústia e de medo perpassam Jiraya, que perdeu sua família de criação. E um cliffhanger no final, aqueles que você me disse que eu deveria fazer nas minhas obras, colocado ali, como se não fosse nada.
    Gostei bastante, seguirei acompanhando. Por enquanto eu não tenho pista do que está acontecendo aí, parece que a história está sendo ambientada nos dias de hoje, usando armamentos e proteções presentes nos dias de hoje, mas com técnicas e tudo o mais mais do que milenares.
    Obrigado por compartilhar o conto.

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    1. Valeu mesmo pela leitura e comentário.
      Esse Jiraiya é minha versão, por isso procurei distanciar o máximo que pude do original e como me sinto mais à vontade com temais mais sombrios, o texto refletiu esse meu gosto.
      E você pescou o "famoso" gancho que eu tanto falo? Dá outro gosto dos fins dos capítulos né?
      Aos poucos as coisas farão mais sentido.
      brigadão!

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